segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Patologias de Revestimento



Introdução


Os problemas patológicos têm suas origens motivadas por falhas que ocorrem durante a realização de uma ou mais das atividades inerentes ao processo comum que se denomina de Construção Civil, processo este que pode ser dividido em três etapas básicas: Falhas de projeto, execução e de manutenção.
            O surgimento de problemas patológicos na estrutura indica maneira geral, a existência de falhas durante a execução de uma das etapas da construção, além de apontar para falhas também no sistema de controle de qualidade próprio de uma ou mais atividades.
            Os problemas patológicos estão presentes na maioria das edificações, seja com maior ou menor intensidade, variando o período de aparição e/ou a forma de manifestação.



 

Patologias geradas na etapa de concepção da estrutura – projeto


            Várias são as falhas que podem ocorrer durante a concepção da estrutura, podendo se originar durante os estudos preliminares, na execução do anteprojeto, ou durante a elaboração do projeto de execução.
  Falhas originadas por um estudo preliminar deficiente, ou de anteprojetos equivocados, resultam principalmente no encarecimento do processo de construção, ou por transtornos na utilização da obra, já falhas geradas durante a realização do projeto final de engenharia são responsáveis por problemas patológicos sérios.

Patologias geradas na etapa de execução da estrutura – construção


            Uma vez iniciada a construção podem ocorrer falhas das mais diversas naturezas, associadas a causas tão diversas como: falta de condições locais de trabalho, não capacitação profissional da mão-de-obra, inexistência de componentes, irresponsabilidade técnica e até mesmo sabotagem.
            Estes inúmeros fatores podem facilmente levar a graves erros em determinadas atividades, como a implantação da obra, escoramento, formas, posicionamento e quantidade de armaduras e a qualidade do concreto, desde sua fabricação até a cura.

Patologias geradas na etapa de utilização da estrutura – manutenção


            Acabadas as etapas de concepção e de execução com qualidade adequada, as estruturas podem vir apresentar problemas patológicos originados da utilização errônea ou da falta de programa de manutenção adequado.
            Problemas patológicos podem ser evitados informando o usuário sobre as possibilidades e as limitações da obras como por exemplo em um edifício de alvenaria estrutural, informar ao morador sobre quais são as paredes portantes, para que não realizem obras de demolição ou aberturas de sem a consulta e assistência de especialistas.
            Muitos são os casos em que a manutenção periódica pode evitar problemas patológicos sérios, como a limpeza e a impermeabilização de lajes de cobertura, marquises, piscinas elevadas, que se não forem executas, possibilitarão a infiltração prolongada de água, que implicarão na deterioração da estrutura.


Revestimentos Argamassados


            A patologia nos revestimentos argamassados ocorre devido a qualidade dos materiais utilizados na execução, do traço da argamassa de cimento, da espessura do revestimento, da aplicação do revestimento, do tipo de pintura, da umidade e da expansão da argamassa de assentamento.
            As origens para a ocorrência desses problemas estão associadas às fazes de projeto e execução desse revestimento, ou seja, pela ausência do projeto do revestimento ou pela má concepção e pela não conformidade entre o projeto e o executado.

            As patologias mais frequentes nos revestimentos argamassados são:
·         Fissuração e o deslocamento da pintura.
·         Formação de manchas de umidade, com desenvolvimento de bolor.
·         Deslocamento da argamassa de revestimento da alvenaria.
·         Fissuração da superfície de revestimento.
·         Formação de vesículas na superfície do revestimento.
·         Deslocamento entre o reboco e o emboço.

Qualidade dos materiais utilizados


·         Agregados: A desagregação do revestimento tem como causa a presença de torrões argilosos, com excesso de finos na areia ou de mica em quantidade apreciável. A mica pode também reduzir a aderência do revestimento à base ou de duas camadas entre si.


·           Cal: Se for utilizada logo após a fabricação, ocorrerá aumento de volume, causando danos ao revestimento, mais precisamente na camada de reboco. Existindo óxido de cálcio livre, na forma de grãos grossos, a expansão não pode ser absorvida pelos vazios de argamassa e o efeito é de formação de vesículas, podendo ser observados já nos primeiros meses de aplicação do reboco.

·         Cimento: Não existe inconveniente quanto ao tipo de cimento, mas sim, quanto à finura que regulara os níveis de retração por secagem. A retração nas primeiras 24 horas é controlada pela retenção de água que, sendo proporcional ao teor de finos. Mas, em idades, maiores, a retração aumenta com o teor de finos. Para resolver o problema, costuma-se adicionar aditivo incorporador de ar à argamassa de cimento, ou adicionar cal hidratada para que aumente o teor de finos, melhorando a retenção de água e trabalhabilidade do conjunto.

Traço da Argamassa


·         Argamassa de Cal: O endurecimento é resultante da carbonatação da cal. Dessa forma, a resistência da argamassa é função de uma proporção adequada de areia, cal e de condições favoráveis à penetração do anidrido carbônico do ar atmosférico através de toda a espessura da camada. Considera-se argamassa rica a que contém proporção cal areia, em massa superior a 1:3.
·         Argamassa de cimento: A primeira camada do revestimento é o emboço, regularizando a superfície da base. Para que essa camada seja elástica, deve conter cal e cimento em proporções adequadas. Quando essa camada for rica em cimento, podem-se observar fissuras, condição agravada quando aplicada em espessura superior a dois cm.

Modo de Aplicação


·           Aderência: Uma camada do revestimento aplicada sobre outra, impedindo a penetração da nata aglomerante, pode apresentar problemas de aderência. O revestimento mantem-se aderente nos locais correspondentes às juntas do assentamento. Sendo a área dessas juntas pequenas, o revestimento acaba sendo deslocado sob o efeito do seu próprio peso. É essencial que existam condições de aderência do revestimento à base.
·           Aplicação de argamassa: Se o tempo de endurecimento e secagem da camada inferior não é observado antes da aplicação da camada superior, a retração que acompanha a secagem da camada inferior gera fissuras na camada superior.
·           Espessura do revestimento: Em casos em que há um traço rico de cimento, acaba não permitindo que o revestimento acompanhe a movimentação da estrutura, deslocando-se. No reboco, o efeito observado é de desagregação por falta de carbonatação. Segundo as prescrições da NB-231 ‘’Revestimento de paredes e tetos com argamassas: materiais, preparo, aplicação e manutenção“, a espessura do emboço não deve ultrapassar 2 cm e a do reboco 2 mm.

Tipo de Pintura


As tintas a óleo e epóxi promovem uma camada impermeável, dificultando a difusão do ar atmosférico através da argamassa de revestimento. Se a pintura for aplicada prematuramente, o grau de carbonatação não será suficiente para dar resistência suficiente a camada de reboco, gerando um deslocamento do emboço com desagregação.


Causas Externas


·           Umidade: A infiltração de água acaba gerando manchas, acompanhadas pela formação de eflorescência ou vesículas. A infiltração consta te provoca a desagregação do revestimento, com pulverulência ou formação de bolor em locais onde não há incidência com o sol.

·         Expansão da argamassa de assentamento: A expansão da argamassa de assentamento pode ser provocada por reações químicas entre os constituintes desta argamassa ou mesmo entre compostos do cimento e dos tijolos ou blocos que compõem a alvenaria, ocorrendo no sentido vertical, podendo ser identificada por fissuras horizontais no revestimento. Isso ocorre devido a reação de sulfato do meio ambiente ou de componente da alvenaria com o cimento da argamassa e pela hidratação retardada de cal dolomitica usada na argamassa de assentamento.

Reparos


Sempre que surgir danos na edificação, é necessário que sejam feitos reparos para evitar que o fenômeno alastre-se progressivamente, solicitando um reparo constante. Por isso mesmo, é necessária a identificação das causas e da extensão do dano para procurar soluciona-los o mais rápido possível.


Patologias de Revestimento Encontradas


UniRitter Porto alegre – Armadura exposta na escadaria que dá do estacionamento para o prédio A.

 
Condomínio Olivia Maria – Localizado na rua Lopo Gonçalves em Porto alegre, o apartamento de fundo térreo não pega sol a maior parte do ano e o contato externo é feito apenas por poços de luz.

Fig. 19 – Reboco esfarelado, bolhas e soltando da parede.

 

Fonte

           http://www.slideshare.net/Thiagoooooo/patologia-das-estruturas-piso-concreto-e-revestimentos
http://www.demilito.com.br/10-Patologia%20dos%20revest-rev.pdf
http://www.em.ufop.br/deciv/departamento/~guilherme/6_aula_revestimentos.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/34383/000789547.pdf?sequence=1