Introdução
Os problemas patológicos têm
suas origens motivadas por falhas que ocorrem durante a realização de uma ou
mais das atividades inerentes ao processo comum que se denomina de Construção
Civil, processo este que pode ser dividido em três etapas básicas: Falhas de
projeto, execução e de manutenção.
O
surgimento de problemas patológicos na estrutura indica maneira geral, a
existência de falhas durante a execução de uma das etapas da construção, além
de apontar para falhas também no sistema de controle de qualidade próprio de
uma ou mais atividades.
Os
problemas patológicos estão presentes na maioria das edificações, seja com
maior ou menor intensidade, variando o período de aparição e/ou a forma de
manifestação.
Patologias geradas na etapa de concepção da estrutura – projeto
Várias são as falhas que podem ocorrer durante a
concepção da estrutura, podendo se originar durante os estudos preliminares, na
execução do anteprojeto, ou durante a elaboração do projeto de execução.
Falhas originadas por um estudo preliminar deficiente, ou de anteprojetos
equivocados, resultam principalmente no encarecimento
do processo de construção, ou por transtornos na utilização da obra, já
falhas geradas durante a realização do projeto final de engenharia são
responsáveis por problemas patológicos sérios.
Patologias geradas na etapa de execução da estrutura – construção
Uma vez
iniciada a construção podem ocorrer falhas das mais diversas naturezas,
associadas a causas tão diversas como: falta
de condições locais de trabalho, não capacitação profissional da mão-de-obra,
inexistência de componentes, irresponsabilidade técnica e até mesmo sabotagem.
Estes
inúmeros fatores podem facilmente levar a graves erros em determinadas
atividades, como a implantação da obra, escoramento, formas, posicionamento e
quantidade de armaduras e a qualidade do concreto, desde sua fabricação até a
cura.
Patologias geradas na etapa de utilização da estrutura – manutenção
Acabadas
as etapas de concepção e de execução com qualidade adequada, as estruturas
podem vir apresentar problemas patológicos originados da utilização errônea ou
da falta de programa de manutenção adequado.
Problemas
patológicos podem ser evitados informando o usuário sobre as possibilidades e
as limitações da obras como por exemplo em um edifício de alvenaria estrutural,
informar ao morador sobre quais são as paredes portantes, para que não realizem
obras de demolição ou aberturas de sem a consulta e assistência de
especialistas.
Muitos
são os casos em que a manutenção periódica pode evitar problemas patológicos
sérios, como a limpeza e a impermeabilização de lajes de cobertura, marquises,
piscinas elevadas, que se não forem executas, possibilitarão a infiltração
prolongada de água, que implicarão na deterioração da estrutura.
Revestimentos Argamassados
A
patologia nos revestimentos argamassados ocorre devido a qualidade dos
materiais utilizados na execução, do traço da argamassa de cimento, da
espessura do revestimento, da aplicação do revestimento, do tipo de pintura, da
umidade e da expansão da argamassa de assentamento.
As
origens para a ocorrência desses problemas estão associadas às fazes de projeto
e execução desse revestimento, ou seja, pela ausência do projeto do
revestimento ou pela má concepção e pela não conformidade entre o projeto e o
executado.
As
patologias mais frequentes nos revestimentos argamassados são:
·
Fissuração e o deslocamento da pintura.
·
Formação de manchas de umidade, com
desenvolvimento de bolor.
·
Deslocamento da argamassa de revestimento da
alvenaria.
·
Fissuração da superfície de revestimento.
·
Formação de vesículas na superfície do
revestimento.
·
Deslocamento entre o reboco e o emboço.
Qualidade dos materiais utilizados
·
Agregados: A desagregação do revestimento tem
como causa a presença de torrões argilosos, com excesso de finos na areia ou de
mica em quantidade apreciável. A mica pode também reduzir a aderência do revestimento
à base ou de duas camadas entre si.
·
Cal: Se for utilizada logo após a fabricação,
ocorrerá aumento de volume, causando danos ao revestimento, mais precisamente
na camada de reboco. Existindo óxido de cálcio livre, na forma de grãos
grossos, a expansão não pode ser absorvida pelos vazios de argamassa e o efeito
é de formação de vesículas, podendo ser observados já nos primeiros meses de
aplicação do reboco.
·
Cimento: Não existe inconveniente quanto ao tipo
de cimento, mas sim, quanto à finura que regulara os níveis de retração por
secagem. A retração nas primeiras 24 horas é controlada pela retenção de água
que, sendo proporcional ao teor de finos. Mas, em idades, maiores, a retração
aumenta com o teor de finos. Para resolver o problema, costuma-se adicionar
aditivo incorporador de ar à argamassa de cimento, ou adicionar cal hidratada
para que aumente o teor de finos, melhorando a retenção de água e
trabalhabilidade do conjunto.
Traço da Argamassa
·
Argamassa de Cal: O endurecimento é resultante
da carbonatação da cal. Dessa forma, a resistência da argamassa é função de uma
proporção adequada de areia, cal e de condições favoráveis à penetração do
anidrido carbônico do ar atmosférico através de toda a espessura da camada.
Considera-se argamassa rica a que contém proporção cal areia, em massa superior
a 1:3.
·
Argamassa de cimento: A primeira camada do
revestimento é o emboço, regularizando a superfície da base. Para que essa
camada seja elástica, deve conter cal e cimento em proporções adequadas. Quando
essa camada for rica em cimento, podem-se observar fissuras, condição agravada
quando aplicada em espessura superior a dois cm.
Modo de Aplicação
·
Aderência: Uma camada do revestimento aplicada
sobre outra, impedindo a penetração da nata aglomerante, pode apresentar
problemas de aderência. O revestimento mantem-se aderente nos locais
correspondentes às juntas do assentamento. Sendo a área dessas juntas pequenas,
o revestimento acaba sendo deslocado sob o efeito do seu próprio peso. É
essencial que existam condições de aderência do revestimento à base.
·
Aplicação de argamassa: Se o tempo de
endurecimento e secagem da camada inferior não é observado antes da aplicação
da camada superior, a retração que acompanha a secagem da camada inferior gera
fissuras na camada superior.
·
Espessura do revestimento: Em casos em que há um
traço rico de cimento, acaba não permitindo que o revestimento acompanhe a
movimentação da estrutura, deslocando-se. No reboco, o efeito observado é de
desagregação por falta de carbonatação. Segundo as prescrições da NB-231
‘’Revestimento de paredes e tetos com argamassas: materiais, preparo, aplicação
e manutenção“, a espessura do emboço não deve ultrapassar 2 cm e a do reboco 2
mm.
Tipo de Pintura
As tintas a óleo e epóxi
promovem uma camada impermeável, dificultando a difusão do ar atmosférico
através da argamassa de revestimento. Se a pintura for aplicada prematuramente,
o grau de carbonatação não será suficiente para dar resistência suficiente a camada
de reboco, gerando um deslocamento do emboço com desagregação.
Causas Externas
·
Umidade: A infiltração de água acaba gerando
manchas, acompanhadas pela formação de eflorescência ou vesículas. A
infiltração consta te provoca a desagregação do revestimento, com pulverulência
ou formação de bolor em locais onde não há incidência com o sol.
·
Expansão da argamassa de assentamento: A
expansão da argamassa de assentamento pode ser provocada por reações químicas
entre os constituintes desta argamassa ou mesmo entre compostos do cimento e
dos tijolos ou blocos que compõem a alvenaria, ocorrendo no sentido vertical,
podendo ser identificada por fissuras horizontais no revestimento. Isso ocorre
devido a reação de sulfato do meio ambiente ou de componente da alvenaria com o
cimento da argamassa e pela hidratação retardada de cal dolomitica usada na
argamassa de assentamento.
Reparos
Sempre que surgir danos na
edificação, é necessário que sejam feitos reparos para evitar que o fenômeno
alastre-se progressivamente, solicitando um reparo constante. Por isso mesmo, é
necessária a identificação das causas e da extensão do dano para procurar
soluciona-los o mais rápido possível.
Patologias de Revestimento Encontradas
UniRitter Porto alegre –
Armadura exposta na escadaria que dá do estacionamento para o prédio A.
Condomínio Olivia Maria –
Localizado na rua Lopo Gonçalves em Porto alegre, o apartamento de fundo térreo
não pega sol a maior parte do ano e o contato externo é feito apenas por poços
de luz.
Fig. 19 – Reboco esfarelado, bolhas e soltando
da parede.
Fonte
http://www.slideshare.net/Thiagoooooo/patologia-das-estruturas-piso-concreto-e-revestimentos
http://www.demilito.com.br/10-Patologia%20dos%20revest-rev.pdf
http://www.em.ufop.br/deciv/departamento/~guilherme/6_aula_revestimentos.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/34383/000789547.pdf?sequence=1